No início, quando pensei em escrever sobre humor e ciência, não sabia ao certo quais os temas que haveria de abordar. Uma vez que gosto de química, pensei que podia falar sobre o consumo de drogas. Afinal, não há nada melhor como sabermos rir de nós próprios.
A verdade é que estamos drogados mais vezes do que pensamos. Quando estamos doentes e estamos a ser medicados, estamos, cientificamente falando, drogados. E vocês podem perguntar: «Então quer dizer que o Jorge Palma está sempre doente?»
Pois, isso já não sei.
Muitas pessoas dizem-me que não gostam lá muito de ciências porque há muitos nomes estranhos e complicados de pronunciar. Eu não concordo, e a química é o exemplo disso mesmo. Aliás, agora os médicos já não prescrevem as receitas com o nome comercial do medicamento, mas segundo o princípio activo que este contém – o que torna as coisas muito mais simples. Eu quando vou à farmácia já não peço um «Cêgripe», mas sim um «paracetamol + clorofenamina + hesperidina + ácido ascórbico». Se o nariz estiver entupido peço um «mesilato de di-hidroergocristina». E se a constipação não passar tomo um «dexbromofeniramina + pseudoefedrina». Claro que, se quiser comprar um homeopático, é tudo muito mais simples: basta pedir um copo de água com açúcar.
Fazer investigação em química é muito interessante e tem uma grande vantagem: não é difícil saber quando as coisas correm mal, pois há sempre qualquer coisa a ir pelos ares. O Miguel Relvas ainda chegou a tirar um mestrado em química na Universidade Lusófona em semana e meia, mas depois não correu lá muito bem quando ingressou no mercado de trabalho. A empresa que o contratou teve que mandar pôr bancadas, janelas e telhado novos, isto na primeira manhã de trabalho. À tarde sentiu-se amímico e despediu-se.
Quem também estava a tirar uma pós-graduação nesta área era a Sónia Brazão. Mas quis estagiar em casa e a coisa correu mal.
Igualmente interessante é a Tabela Periódica, que organiza os elementos químicos tendo em conta as suas características. Descobri que existem dois elementos que sabem sempre quando o Benfica e o Sporting marcam um golo. Sabem quais são? É o Paládio e o Ruténio.
Porquê?
Estão mesmo ao lado do Rádio.
* Pedro Lino nasceu em 1987 e é licenciado em Biotecnologia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, sempre teve a ciência e a escrita como suas paixões. Tem também um grande fascínio e interesse pelas áreas da Genética e Produção Biológica. Colabora em projectos de divulgação científica como o ebiotecnologia – ciência e tecnologia juntas, Ciência 2.0 e, mais recentemente, Associação Viver a Ciência.