Uma das evidências de evolução invocadas por Charles Darwin na Origem das Espécies foi a presença de órgãos vestigiais. Como a designação indica, estes órgãos são meros vestígios de órgãos homólogos totalmente desenvolvidos. É o caso de esboços de membros posteriores nos embriões de golfinho (que não possuem barbatanas posteriores em adulto) ou olhos reduzidos e não-funcionais em várias espécies que habitam em cavernas escuras. A presença destes órgãos não é compreensível à luz de uma adaptação perfeita decorrente de criação individual de cada espécie. Porém, se tais espécies forem entendidas como descendentes de espécies com os órgãos desenvolvimentos (e.g., olhos funcionais) a sua presença pode ser entendida como resquício histórico, sua degeneração como libertando recursos ao longo do desenvolvimento para outros tecidos.
O Centro para Pesquisa de Conhecimento, Ciência e Cultura Indígena (CRIKSC) do estado de Kerala, no Sul da Índia, edita um revista chamada SAMAGRA (que significa ‘inteiro’ em Malaiala, língua falada no Kerala, e uma das 22 línguas oficiais da Índia, falada por 30 milhões de pessoas). Na sua última edição, K.K. Subash Babu descreve uma nova espécie de peixe-gato, Horaglanis abdulkalami, encontrado num poço profundo em Kerala. O nome é uma homenagem a Abdul Kalam, 11º Presidente da Índia.
Esta é a terceira espécie encontrada do género Horaglanis. Todas têm olhos vestigiais e a cor vermelho-sangue devido à elevada vascularização da superfície do corpo, possível adaptação às baixas concentrações de oxigénio nas águas subterrâneas. Este tipo de respiração cutânea é observada noutras espécies de peixe subterrâneo como o Ugitoglanis da Somália, Phereatobius do Brazil, e Silurichthys do Bornéu.