São números que não surpreendem muito mas que nem por isso devem ser ignorados. A julgar pelos resultados do Euro barómetro sobre a atitude dos europeus relativamente à ciência e tecnologia, persiste a urgência e necessidade de Portugal reforçar a aposta na comunicação de ciência e na divulgação da cultura científica. Que nos dizem então os números? Isto (ontem publicado no Jornal Público)*:
– Apenas 14 por cento dos portugueses se dizem “muito interessados” nas novidades científicas e tecnológicas, o terceiro valor mais baixo da UE (atrás da Bulgária e da Lituânia), e muito aquém da média comunitária de 30 por cento.
– Os portugueses são também dos europeus que se consideram menos informados sobre as novidades relativamente à ciência e tecnologia, com somente 3 por cento a dizerem-se “muito informados” (o valor mais baixo entre os 27), 38 por cento “moderadamente informados” e 57 por cento “mal informados”, o terceiro valor mais elevado entre os 27 (atrás da Bulgária e da Roménia).
* Inquérito conduzido em Portugal pela TNS Euroteste, entre 30 de Janeiro e 16 de Fevereiro passado, junto de 1027 pessoas.
As pessoas interessadas em Ciência em Portugal podem não ser tantas como em outros países mas acho que o panorama está a melhorar. Além disso existem também mais cientistas empenhados em comunicar ciência com o público e nos últimos 3 anos houve uma explosão de gabinetes de comunicação em institutos de investigação e universidades Se existirem pessoas capazes, pode-se fomentar o interesse pela ciência, e existe ciência muito boa a ser feita em Portugal e motivo de orgulho para muitas pessoas. Podemos estar ainda longe do que seria uma situação ideal, mas estamos no bom caminho.